
26 abr Academias ao ar livre: uberlandenses se exercitam sem instruções de profissionais
O clima calmo e as sombras das árvores da praça Américo de Abreu, no bairro Santa Mônica, destoam do ambiente de lojas, carros e certa agitação das ruas ao redor. Por volta das 17 horas, Jacir da Silveira, 64 anos, se exercita na academia ao ar livre, instalada na praça desde 2013. “Venho praticamente todo dia e faço todos os aparelhos”, conta.
As academias ao ar livre são uma parceria entre a Prefeitura de Uberlândia, através da Fundação Uberlandense de Turismo e Lazer (Futel), com o Governo do Estado de Minas Gerais. Atualmente, há 28 instalações na cidade e, em nenhuma delas, existem profissionais da Educação Física para auxiliar os uberlandenses na prática de exercícios físicos. De acordo com a assessoria de comunicação da Futel, o que existem são “placas informativas que auxiliam na execução dos exercícios sob os equipamentos”.
Jacir diz que faz seus exercícios baseado nas dicas de um amigo da área e também no que ele sabe. “Eu jogava bola, então faço mais ou menos o que eu já sei desde aquela época”, explica. Ele relata também que tem problemas cardíacos e por isso precisa se exercitar.”Caminho e faço exercícios aqui, orientado pelo médico”, conta.
Jacir se exercita em todos os aparelhos da academia, praticamente todos os dias. Foto: Letícia Brito
A profissional da Educação Física, Eliane dos Santos, explica que os aparelhos dessas academias populares são semelhantes aos de academias convencionais, pois exercitam os mesmos grupos musculares. Mas há uma diferença: existe a possibilidade de “aumentar o peso do aparelho” nas convencionais; já nas que ficam ao ar livre não é possível fazer isso, de acordo com ela.
Eliane esclarece ainda que o fato de os aparelhos serem articulados, ou seja, presos em uma estrutura, e não soltos, diminui as chances de lesões. Ainda assim, “é essencial o acompanhamento de um profissional, para auxiliar, por exemplo, na velocidade e intensidade dos exercícios de quem utiliza as academias ao ar livre”, defende. Ela aponta também que, no caso dos idosos, o cuidado precisa ser ainda maior. “Esse é um público que a gente vê muito nas academias ao livre. E problemas nas articulações, como artrite e artrose, são mais comuns entre eles. Uma atividade física incorreta pode piorar o quadro, ao invés de ajudar”, esclarece.
Antes da academia popular no bairro Santa Mônica, Jacir ia até o Parque do Sabiá. Ele conta que lá havia profissionais que auxiliavam nas atividades. “Eu ia sempre, mas ficava muito cheio e algumas pessoas demoravam muito para desocupar os aparelhos. Agora que tem essa perto de casa, venho aqui”, relata.
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