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Bem-estar para a terceira idade é foco de projeto municipal

Rede Crescer Conviver atende a quase cinco mil idosos.

 

 

 

A Rede Crescer Conviver, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho de Uberlândia (Sedese), é um programa municipal voltado para a prática de políticas públicas com foco nos idosos. Senhoras e senhores têm acesso a atividades de estímulo à saúde, bem estar e educação. A cidade conta com quatro unidades do projeto distribuídas nos bairros Brasil, Laranjeiras, Luizote e Guarani.

 

O antigo Centro Educacional de Assistência Integrada (Ceai), fundado em 2007, sofreu uma reorganização estrutural e passou a ser conhecido como Crescer Conviver. Os participantes passam por um acompanhamento psicosocial junto ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e depois são direcionados aos serviços de acordo com a diretora do projeto e assessora de proteção social, Letícia Carvalho. “Às vezes o idoso tem uma questão de vulnerabilidade econômica e está precisando de algum benefício, isenção de alguma taxa de água, energia. No Cras ele não acessa somente o benefício de convivência, ele tem mais oportunidades de auxilio.”, pontua ela. Hoje o projeto atende a 4984 idosos, distribuídos em quatro unidades na cidade. O Conviver Luizote atende o maior número de idosos, 1593 participantes.

 

HISTÓRIA DE ACOMPANHAMENTO

 

Altair de Paula Vieira, 73 anos, frequenta o projeto Conviver Luizote desde sua inauguração. A senhora conta que desde de 2007 participa das atividades. Assume ter espírito esportivo e ter participado de todas as atividades ofertadas no local. Altarir apresentava alguns problemas quanto à saúde, sentia dores nos braços e chegou a ter bursite. Os exercícios físicos levaram a vida saudável com disposição. Ela revela que hoje não toma medicamentos e não tem nenhum tipo de doença.

 

Depois do contato com projeto Crescer Conviver, o dia de Dona Altair ficou agitado. Depressão? “Não tenho tempo para isso não”. Altair é a animação em pessoa, gosta de dançar e de jogos, principalmente a sinuca, inclusive, conquistando medalhas nas competições que acontecem no local.

 

Dona Altair entretanto critica a redução na área dos trabalhos manuais e que a troca constante de professores atrapalha o fluxo de ofertas. Ela comenta que teve um trabalho manual interrompido porque o novo professor não tinha experiência naquele tipo de produção. A admissão dos funcionários é feita a partir de uma avaliação e o contrato não pode ser renovado por mais de dois anos, o que ocasiona a substituição constante de professores.

 

DA RESISTÊNCIA A ACEITAÇÃO

 

O homem apresenta resistência aos cuidados preventivos com a saúde por uma questão de herança cultural de gênero. O projeto Crescer Conviver é reflexo dessa realidade, somente cerca 24% dos participantes são homens.

 

Dalva Maria Custódio, 72 anos, participa do projeto Conviver Luizote  juntamente com seu marido, o senhor Zécarias Ferreira dos Santos, há três anos. A senhora conta que, no início, seu esposo apresentou ficou receoso em participar do projeto, ainda tinha dificuldade em aceitar seu estado de velhice e não via necessidade de praticar certas atividades. Segundo ela, aos poucos o marido foi interagindo mais com as pessoas, pegou maior afetividade com o projeto e conseguiu aceitar mais sua condição enquanto idoso. Hoje, os papéis se inverteram, Zacarias tem maior participação nas atividades que a esposa. Dalva frequenta o Conviver duas vezes por semana, já seu marido vai todos os dias no espaço de convivência.

 

O casal mora em uma chácara nas proximidades do Conviver Luizote e não são todos os dias que conseguem transporte até a porta de sua residência. O entusiasmo com o projeto é tamanho que eles se sujeitam a fazer uma caminhada de 4 km na volta à casa, tudo para não se ausentarem das atividades e do convívio com os amigos.


Além do benefício da prática de atividades físicas os senhores comentam da satisfação que têm pelo simples contato com outras pessoas. A vida na fazenda os isolavam do contato social.  Segundo Zacarias, “a gente fica isolado, sozinho, só trabalhando. Toda vida eu fui mais calado, aqui já me soltei mais, brinco mais, converso com os outros. A gente arruma umas amizades que nem esperava”. As atividades de convivência foram o maior  benefício ao casal, a vulnerabilidade de isolamento foi rompida com o contato social. Os senhores hoje têm outra perspectiva de vida, tanto social quanto física. Dalva reconhece os benefícios que o trabalho a proporcionou e conclui dizendo “É o melhor lugar que já passei até hoje na  minha vida. Nem a infância que eu tive foi igual aqui”.
 

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