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Cortes na educação motivam novo ato e protestos tomam as ruas de Uberlândia e do país

A concentração de professores, técnicos, servidores e estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) começou ontem por volta das 15 horas, no campus Santa Mônica da UFU, que, segundo Benerval Pinheiro Santos, presidente da Associação Sindical de Docentes da UFU (ADUFU) teve 70% das atividades paralisadas.

Em seguida, a movimentação seguiu para a praça Ismene Mendes (antiga Tubal Vilela), onde mais manifestantes aguardavam. O ato, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Institutos Federais de Ensino Superior em Uberlândia (Sintet – UFU), a ADUFU, a União Nacional dos Estudantes (UNE), dentre outros, reuniu cerca de 5 mil pessoas. A Polícia Militar (PM) confirmou essa informação.

A motivação do protesto foram os cortes de verbas anunciados pelo Ministério da Educação. Esse foi o segundo grande movimento de abrangência nacional em decorrência dos anúncios de “contingenciamento” de recursos. O primeiro ocorreu no dia 15 de maio, que ficou conhecido como “#15M” e também reuniu milhares de pessoas nas ruas de Uberlândia e de mais de uma centena de cidades no país.

Segundo o portal de notícias G1, os cortes na educação tiveram início em abril deste ano, quando 1,7 bilhões de reais foram “congelados”  para as universidades, totalizando 49,6 bilhões de reais de todas as universidades brasileiras. Diversas bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foram interrompidas e houve menor número de ofertas para bolsas de pesquisa e extensão.  Apenas em Uberlândia, na UFU, 230 bolsas destinadas à Iniciação Científica foram cortadas. Em relação ao IFTM, dois cursos e cerca de 60 vagas serão desagregador em decorrência da medida e o reitor da instituição já declarou que, com os recursos existentes, o instituto consegue manter as atividades até julho deste ano.   

De acordo com os organizadores, as manifestações ocorreram em quase todo território nacional, contabilizando pelo menos 100 cidades nos Estados de: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Piauí, Manaus, Sergipe, Ceará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Amapá, Paraíba, Acre, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte, Roraima e Distrito Federal.   

Para o diretor da Faculdade de Direito da USP, Floriano Peixoto de Azevedo Marques, em entrevista para a BBC, o governo alega que as universidades “promovem balbúrdia”, não deixando clara a argumentação e atuando de forma inconstitucional com a educação brasileira.

Na noite do dia 27 de maio, Bolsonaro diz à Rede Record ter “exagerado” no discurso anteriormente citado, e corrige a palavra “idiotas” por “inocentes”. Todavia, o Ministério da Educação (MEC), fez declarações na tarde das manifestações de hoje (30), alegando que pais, funcionários, alunos e servidores “não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar”, enfatizando mais uma vez a postura contrária do governo às reivindicações relacionadas aos cortes na educação.  

Tuila Tachikawa
tutachik@gmail.com
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