12 maio Criança na escola não é tarefa fácil
Manter uma criança na escola não é uma tarefa tão simples quanto parece. Material escolar, uniforme e, em alguns casos, gastos com o transporte público são alguns dos empecilhos que dificultam a frequência no colégio para famílias de baixa renda, como é o caso de Gabriel Sousa Santos. O garoto tem 11 anos, sempre estudou em escola pública e já chegou a deixar de frequentar as aulas nos primeiros dias, devido às dificuldades com as despesas do material escolar necessário.
Por conta da separação dos pais, sua mãe é responsável sozinha por suprir as despesas da casa, a escola pesa no orçamento do início do ano. Com a volta às aulas, os gastos, que já eram grandes, tornam-se mais pesados, chegando a interferir na frequência escolar da criança.
Segundo a mãe do garoto, a prefeitura distribui um kit escolar às famílias que precisam de auxílio para manter os filhos na escola. O menino conta com essa ajuda desde seu primeiro ano letivo, o que tem contribuído muito para a permanência dele na escola. Hoje, o kit conta com quatro cadernos brochurrão, um caderno de desenho, caixa de lápis de cor, giz de cera, caneta hidrocor, borrachas, apontadores, cola, lápis, tesoura, régua e mochila. Também são distribuídos uniformes às crianças. Esta coleção conta com camisetas, bermudas e sapatos. Gabriel fala, com entusiasmo, sobre o kit recebido. Enquanto a mãe ressalta a importância do material escolar, o garoto que, como criança não poderia deixar de ser diferente, transborda de felicidade ao falar do tênis contido no conjunto.
É nítida a satisfação e o entusiasmo de Gabriel ao falar dos kits ganhados pela prefeitura. Como típico de toda criança, a ingenuidade reina em seus comportamentos e formas de se expressar. Na verdade, ele não tem conhecimento das dificuldades enfrentadas por sua mãe na tentativa de manter sempre o conforto e bem estar do menino. A mulher confessa que prefere não envolver muito o filho com as adversidades enfrentadas. Segundo ela, o projeto de distribuição dos conjuntos tem ajudado muito na manutenção com os gastos escolares, mas o período de distribuição é ruim e demorado.
Os materiais ofertados são distribuídos cerca de um a dois meses depois do início das aulas. “Não é toda vez que a gente tem condição de comprar o material que precisa”, reafirma a mãe do garoto, dizendo também que isso chega a comprometer a frequência escolar durante os primeiros dias letivos. “Quando chega, a gente já tem que ter se virado para dar o material”. A mãe reafirma que o atraso também ocorreu neste ano. Mas, graças a ajuda da madrinha de Gabriel, foi comprar os materiais e manter a frequência do menino à escola.
Gabriel recebe o kit escolar desde seu primeiro ano de estudo. Foto: Laura Fernandes/Agência Conexões
No Comments