
27 maio Dez anos depois da pandemia, H1N1 ainda preocupa
Há 10 anos, o mundo enfrentou a maior pandemia da humanidade deste século: o surto da influenza A (H1N1). A Organização Mundial da Saúde (OMS) categoriza numericamente o risco de uma possível pandemia entre os níveis crescentes de 1 a 6.. Em 2009, a gripe se espalhou pelo mundo rapidamente e intensificou os graus de alerta até o limite, o nível 6, pandêmico.
Os primeiros casos da doença apareceram no México, em março de 2009. Já no dia 25 do mês seguinte, a OMS declarou que se tratava de uma “emergência na saúde pública internacional” e emitiu o estado de alerta entre as nações. Dois dias depois do primeiro pronunciamento, a organização elevou o nível de alerta pandêmico para o nível 4, o que significa a existência da ocorrência de transmissão entre pessoas e risco de surtos regionalizados.
No dia 29 de abril, quatro dias após o primeiro anúncio, a OMS aumentou o nível de alerta para o 5, indicando a presença de risco iminente de uma pandemia, uma vez que dois países já se encontravam com surto da enfermidade. No dia 11 de junho, a OMS declarou oficialmente a pandemia da gripe H1N1, isso porque mais de 75 países estavam em colapso.

Mapa gerado por metadados em 2009
Foi anunciada a produção em larga escala de uma vacina que combatia o vírus da influenza A, para o mês de setembro de 2009, nos países europeus. Em agosto de 2010, a OMS declarou o fim da pandemia causada pelo vírus da influenza A (H1N1).
A OMS estima que ocorreram 18.500 óbitos causados pela gripe H1N1 entre abril de 2009 e agosto de 2010. Em 2012, esses dados foram colocados a prova pela revista médica The Lancet Infectious Diseases. Segundo ela, o número de mortos foi 15 vezes superior ao divulgado pela OMS, a estimativa é que o número de óbitos tenha sido entre 151.700 e 575.400.
Somente no Brasil, o número de óbitos foi superior a 2000, o que corresponde a 20% do total de mortes ao redor do mundo, considerando os dados da OMS. Em 2018, até o mês de julho, ocorreram 1106 óbitos pelo H1N1, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde. Neste ano, já ocorreram 99 mortes até o momento.

Segundo a porta-voz da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Nancy Bellei, o vírus H1N1, “em termos de gravidade, continua com o mesmo perfil. O que muda é o quanto a população já se adaptou ao vírus, o quanto da população já está vacinada ou não. Então, cada vez se tem mais gente que vai se vacinar e aí se tem um impacto menor”, informa.
Campanha
Todos os anos, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. A vacina disponibilizada, que combate três diferentes tipos de gripe, precisa ser reaplicada anualmente. Isso porque, os vírus da gripe apresentam uma alta taxa de mutação e as cepas da vacina precisam ser constantemente trocadas e adaptadas. Portanto, se vacinar uma única vez não garante proteção ao vacinado. Sem contar que o efeito da vacina é temporário, dura entre seis meses e um ano.
Neste ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou no dia 10 de abril. A vacinação não é disponibilizada para toda a população, são considerados integrantes dos grupos prioritários: trabalhadores de saúde, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), idosos (a partir dos 60 anos), professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico, policiais civis, militares, bombeiros, membros ativos das forças armadas, além das gestantes crianças de seis meses a menores de seis anos.
A professora aposentada, Mércia de Jesus, já se vacinou contra a gripe e conta o porquê considera importante se vacinar: “Todo o ano, eu me vacino. Não existe problema para não tomar, ela já é analisada, já é feita para isso. Geralmente, quem não toma, sempre tem aquela gripe forte que atinge o pulmão e se complica. Se existe vacina, é para ser usada. Depois, quando ficam doente é o SUS que não funciona”, opina.
Segundo o último Informe Epidemiológico da gripe da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), uma pessoa já foi confirmada como infectada pelo H1N1 em Uberlândia. Na cidade, a cobertura vacinal atingiu 65% do público-alvo, a meta mínima é de 95%. Restam vacinar 60 mil pessoas na cidade, dessas, 20 mil são crianças. A Campanha Nacional de Vacinação para o grupo prioritário vai até o dia 31 de maio. As demais pessoas podem tomar a vacina pela rede privada de saúde.
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