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Em mês de prevenção ao suicídio, UFU deu visibilidade à saúde mental


Por: Caroline Soares e Karol Cardoso

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, esse assunto. O Atlas da Violência, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontou que Minas Gerais apresentou o segundo maior índice de suicídio do país entre 2009 e 2017.

Em razão desses números, em 2015 o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criaram a campanha “Setembro Amarelo” para garantir visibilidade à saúde mental e prevenção ao suicídio.

Segundo a coordenadora da Diretoria de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia, a psicóloga Daniela Ramos, há diversos fatores que acarretam o adoecimento mental do estudante, como a pressão imposta na fase de vestibular, a mudança repentina, a distância dos pais, o fato de estar em uma fase de desenvolvimento precisando assumir responsabilidades. “Associado a isso, até por conta da faixa etária dos estudantes que ingressam, que é uma fase dos 18 até os 24 anos, alguns dados epidemiológicos apontam que é quando começam a surgir as primeiras crises de saúde mental”, cita. 

Para a psicóloga, o estudante precisa entender que a universidade é apenas uma área da vida que compartilha com outras, como a família, espiritualidade e que é necessário se engajar em outras atividades para ter uma vida equilibrada.

Referência em educação superior no Triângulo Mineiro, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) realizou a campanha pela terceira vez consecutiva. O “Mês para a Vida” foi pensado para que os alunos não só tomem consciência desse grave problema, mas também busquem maneiras de lidar com as dificuldades de uma nova fase. 

Além das palestras voltadas para os estudantes, a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil e a Divisão de Saúde têm criado espaços de escuta voltada aos estudantes, alguma dessas ações é o projeto Por Uma Clínica Poética, que acontece todos as terças-feiras às 16h no prédio do antigo restaurante universitário. Em conjunto com a Faculdade de Medicina, o laboratório de psiquiatria estudantil oferta diversos serviços gratuitos para estudantes que buscam ajuda, com uma equipe de enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.

A estudante de Medicina Veterinária, Fernanda Lopes, 28, já foi beneficiada pelo atendimento ofertado pela Universidade, ela relata que foi atendida e, logo em seguida, foi encaminhada para a psiquiatria da UFU. “Deu muito certo e foi a primeira vez que vi resultado”, conta.

Umas das participantes da Clínica, a estudante Maya Pires, também foi encaminhada ao projeto por profissionais do Apiá, coletivo de acompanhantes terapêuticos. Com alegria, diz que é libertador. “Passo a semana toda sentindo o impacto positivo em mim”, completa.

Apesar de setembro ser o mês voltado para a prevenção ao suicídio, os cuidados com a saúde mental devem ser mantidos durante o ano inteiro. Além dos serviços já mencionados, a prática de atividades físicas colaboram para uma vida saudável, para isso a Divisão de Saúde (Disau), dispõe de atendimentos para os universitários no Bloco 3E, sala 125.

Pensando nas relações do ambiente universitário o PET CNX Educomunicação elaborou um mini documentário com relatos de pessoas que convivem na UFU, confira:

Caroline Soares
rangel.soares@outlook.com
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