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Em Uberlândia, saúde de transexuais é referência

        Reposição Hormonal acontece todas as sextas feiras, no ambulatório do Hospital das Clínicas, no bairro Umuarama. | Foto: TV Vitoriosa

 

 

O projeto “Em cima do salto – Saúde, educação e cidadania”, surgiu em novembro de 2006, no Hospital da Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU), com a intenção de dar assistência a população de travestis e transexuais da cidade. Sob supervisão da professora Flávia Bonsucesso, o centro foi o primeiro serviço de atenção  à saúde de travestis no Brasil.

 

O Ministério da Saúde estabelece que “antes das cirurgias, são realizados uma avaliação e o acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, com assistência integral no processo transexualizador”, dessa forma, o projeto conta com médicos da área de endocrinologia, de ginecologia, além de enfermeiras, psicólogas e uma assistente social.

 

Em entrevista ao Jornal da UFU, a coordenadora do ambulatório, Flávia Bonsucesso diz: “Para as travestis, nós conseguimos o agendamento imediato para o médico da saúde da família, porque aprendemos ao longo dos anos que não dá para agendar para a outra semana. O modo delas de pensar a vida e o tempo é muito diferente do nosso; se não conseguimos cuidar do outro dentro da lógica de funcionamento dele o serviço não tem sucesso. Para as outras pessoas, fazemos o acolhimento e agendamos o retorno, mas ninguém sai do ambulatório sem ser atendido”.

 

O acompanhamento médico é algo de suma importância, visto que atualmente as informações sobre o processo de transição podem ser encontradas num simples acesso a uma plataforma digital e, por vezes, podem ser equivocadas. Além disso, é importante ressaltar que as complicações por automedicação podem, em alguns casos, resultar em morte.

 

Para Théo Jones, homem trans que realiza tratamento no ambulatório, o local é de extrema importância,  pois auxilia aos que estão no início do processo de hormonização, dando a eles um acompanhamento médico.

 

Amanda Pereira, mulher transexual que também frequenta o ambulatório, afirma que no Brasil houve uma evolução em relação ao público transgênero. Ela conta que, no passado, o acesso ao tratamento era mais restrito e, em consequência disso, o número de pessoas que se automedicavam era maior do que na atualidade.

 

Saúde de pessoas transexuais no Brasil

 

Uberlândia está dentro da lista de cidades que possuem um sistema de assistência ao público transexual. Nessa lista também estão: Porto Alegre; no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Rio de Janeiro, no Hospital Universitário Pedro Ernesto; São Paulo, no Hospital da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(USP); Goiânia, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal Goiás (UFG); e Recife, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

 

Serviço:

 

O acompanhamento médico pode ser realizado pelo agendamento ou pela livre demanda, caso a pessoa não tenha agendado sua consulta, podendo ir ao ambulatório às sextas-feiras das 14 às 18 horas.

 

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