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Empatia, respeito e educação são a chave para combater a violência contra as mulheres

A violência doméstica contra a mulher é realidade, sendo encorajada pela desigualdade de gênero e mentalidade machista que permeia a sociedade. | Foto: Câmara Municipal de Resende – RJ

 

Basta uma rápida busca no Google para ter acesso a inúmeros casos de violência doméstica contra a mulher, casos  que não se restringem a um tipo específico de casal, e sim abrangem todos. Basta outra simples pesquisa na rede para ter a confirmação de que a desigualdade entre os gêneros e a violência contra a mulher possuem bases históricas.

 

No Brasil, nos tempos coloniais, a esposa era submissa a seu parceiro e o mesmo tinha direito de matá-la em casos de adultério. Os castigos físicos também eram permitidos e suportados. Durante muito tempo, a capacidade intelectual feminina foi tida como inferior. Mulheres não podiam votar, trabalhar fora e nem estudar, precisavam garantir a “honra do marido”, viviam  dependentes financeiramente do cônjuge e em prol da família. A sociedade, assim, foi traçando uma cultura de superioridade e de posse do homem sobre a mulher.  
 

Quando se fala em violência doméstica contra a mulher, a maioria das pessoas desconsidera totalmente o contexto, as raízes do problema e a real vontade de quem sofre. Muitos apontam o dedo e culpam a vítima, usam  o retrógrado e equivocado argumento: “ela está passando por isso porque quer”. O que quase nunca param para indagar é: “Por que o homem é violento?”, “Por que ainda vivemos em uma sociedade machista e desigual?”. Em muitos casos, a violência persiste por muito tempo sem que a vítima consiga procurar ajuda. Tal incapacidade se deve não ao fato da mesma gostar de vivenciar a situação, mas a diversos outros motivos: medo, ameaças, esperanças que o parceiro mude, pressões psicológicas, preservação da família, afeto, valores morais, etc.  
 

Somente em 2006 surgiu uma legislação de apoio e proteção à mulher, a lei Maria da Penha. O planejamento da lei se mostra eficaz, porém existem falhas na execução das medidas cautelares e nas ações socioeducativas. O caráter dialógico e reflexivo dessa legislação é, sem dúvidas, uma das chaves para a mudança do contexto social a que nos referimos, no qual  crianças que, em tese representam o futuro da sociedade, presenciam a violência doméstica logo cedo.
 

É preciso muito esforço para desconstruir as ideias errôneas que ainda permeiam a consciência social e a mentalidade de homens que se vêem no direito de invadir psicologicamente e fisicamente a integridade de suas companheiras. É preciso que todos tenham empatia e mais conhecimento a respeito, além disso, a educação tem um grande papel na mudança social. Se torna necessário lembrar que o número de denúncias talvez não reflita a realidade de inúmeras mulheres que sofrem em silêncio, não porque querem, não porque gostam de ser agredidas, mas cada uma pelo seu devido motivo.

 

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