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Entrevista com candidatos a reitor: Valder Steffen

A chapa iNovaUFU tem Valder Steffen como candidato a reitor e Orlando Mantese como candidato a vice. Algumas de suas propostas são: Implementar ações para utilização de áreas dos campi Santa Mônica, Umuarama e Educação Física, visando a mudança de unidades acadêmicas e outras estruturas para o Campus Glória; criar uma política antidrogas em ação conjunta com a Polícia Militar, Vara da Infância e Juventude e Comunidade Universitária; construir Restaurantes Universitários de caráter permanente, Bibliotecas e demais estruturas administrativas e acadêmicas nos campi Pontal, Patos de Minas e Monte Carmelo; criar um Comitê Gestor dos recursos oriundos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) com a participação dos estudantes; implantar um gerenciamento efetivo de monitoramento e controle do patrimônio da Universidade, inclusos propriedades, equipamentos e bens móveis.

 

Candidato Valder Steffen em coletiva de imprensa. Foto: Nasser Pena

 

Valder Steffen é professor titular da UFU possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (1976), mestrado e doutorado pela Université de Franche Comté, na França.  Ocupou diversos cargos administrativos na Universidade Federal de Uberlândia, tais como: Chefe de Departamento, Coordenador de Programa de Pós-Graduação, Diretor de Centro, Diretor da Faculdade de Engenharia Mecânica, Pró-Reitor. E em maio de 2016 foi empossado como membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

Orlando Mantese é docente da Universidade Federal de Uberlândia. Atua em atividades de ensino, pesquisa e extensão e assistência. Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Catanduva, Fameca (1976), mestrado e doutorado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria na Universidade Federal de São Paulo (1999). E, foi um dos fundadores da UTI Pediátrica no Hospital das Clínicas de Uberlândia.

 

Corte de verbas

 

Conexões: A UFU recebeu, em agosto, a proposta de orçamento preliminar do MEC para 2017. Há um corte de 20% em relação ao valor que era esperado. O atual pró-reitor de Planejamento, José Francisco Ribeiro, declarou, em entrevista à Diretoria de Comunicação da UFU, que o valor é insuficiente para as despesas projetadas para 2017. Diante dessa situação, que possíveis soluções e medidas a chapa vê para reorganizar os gastos diante do orçamento e que âmbitos da UFU considera que devem ser priorizados (sofrer menos com o corte)?

 

Valter Steffen: A chapa iNovaUFU entende que vários setores da UFU (Unidades Acadêmicas, Hospital de Clínicas, campi em Uberlândia, Patos de Minas e Monte Carmelo, entre outros) já estão isolados e “abandonados” nos últimos anos. Por isso, Valder e Orlando da chapa iNovaUFU defendem a necessidade de buscar recursos financeiros extra orçamentários para a UFU, através da elaboração e viabilização de bons projetos submetidos às agências governamentais (CNPq, CAPES, FINEP, FAPEMIG e Ministérios). Somente pesquisadores que tenham currículo científico vasto, construído e consolidado ao longo de décadas de árduo trabalho na UFU têm capacidade de elaboração de tais projetos. Tal expertise de Valder e Orlando, aliada à experiência em gestão pública na UFU e fora dela permitem uma grande capacidade de diálogo com gestores públicos em vários níveis e podem trazer recursos financeiros substantivos para a instituição.

 

Assistência Estudantil

 

C: As políticas de assistência estudantil têm se mostrado essenciais para a permanência de alunos na universidade e sua demanda tem sido constantemente ampliada. Caso eleita, o que a chapa pretende fazer para reduzir o impacto sobre elas do corte orçamentário já anunciado pelo MEC?

 

VS: Valder e Orlando pretendem ampliar o volume de recursos financeiros da UFU na área de assistência estudantil combatendo diuturnamente a evasão escolar (com a elaboração de um Projeto Pedagógico Institucional, assistência psicológica, envolvimento esportivo, inclusão étnico-racial, entre outras ações), o que permite a destinação de um volume muito maior de recursos do PNAES para a UFU.

 

Segurança

 

C: Em 2015, o debate sobre a segurança dentro dos campi foi retomado. Relatos de assaltos e violência, além de uma operação realizada pela Polícia Federal que expôs o tráfico e uso de drogas dentro do campus motivou a atual gestão a anunciar medidas como o estudo de uma parceria com a Polícia Militar e a expansão e terceirização do sistema de monitoramento. Caso seja eleita, quais medidas a chapa tomará considerando a garantia de segurança na universidade?

 

VS: A segurança é um direito e responsabilidade de todos. O Plano de Segurança Institucional proposto por Valder e Orlando dará atenção a todos os segmentos, para coibir crimes de qualquer natureza, combater assédios, violência sexual, roubos, assaltos. O enfrentamento de situações que coloquem em risco servidores, estudantes e comunidade externa que frequenta os espaços da UFU será prioridade da iNovaUFU.

 

Hospital de Clínicas

 

C: Em janeiro deste ano o HC informou que atenderia somente “casos de risco iminente de morte ou sequelas graves”. Em junho, com uma dívida de 50 milhões de reais, a direção* da unidade reconheceu esta crise como a mais grave de sua história. Foi admitido também o risco de fechar as portas permanentemente. Se eleita, que medidas podem ser tomadas para alteração deste cenário? (*Hélio Lopes)

 

VS: A chapa iNovaUFU entende que a crise do HC da UFU tem dupla origem. Em primeiro lugar, subfinanciamento em vários serviços prestados pelo Hospital que não são devidamente remunerados pelo governo federal. Somente oito serviços prestados pelo HC (UTI Coronariana, Linha de Cuidados do Infarto Agudo do Miocárdio, Linha de Trauma Tipo III Leito de Retaguarda da Rede de Urgência e Emergência, Leitos de Urgência e Emergência do PS com características de UTI Rede Cegonha, Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal-Convencional e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal- Canguru) deixam de arrecadar em média 18 milhões de reais por ano. O Reitor precisa exigir esses recursos com presença constante em Brasília no MEC e no Ministério da Saúde. Em segundo lugar, existe uma crise na gestão do HC que deveria integrar processos, realizar compras de materiais e medicamentos em melhores condições, permitindo assim substantiva economia de recursos. Em terceiro lugar, é estritamente necessária uma forte parceria entre vários agentes locais, regionais e federais (Prefeituras de Uberlândia e região, Diretoria do HC, FAEPU, Faculdade de Medicina, Ministério Público, Governo Estadual e Federal) para a cooperação e busca de soluções conjuntas.

 

C: Um contrato assinado em 2011 autorizou uma obra de ampliação do HC orçada em 94 milhões de reais. Há menos de três meses, mesmo com pedidos do diretor clínico** para que a sociedade não procurasse o hospital devido à inexistência de condições seguras de atendimento, o valor foi reajustado para cerca de 120 milhões de reais. Com tal quantia, o hospital poderia ser mantido por um ano. O que é prioridade? (**Paulo Sérgio de Freitas)

 

VS: Esclarecemos que a construção da obra no HC utiliza recursos orçamentários denominados de “investimentos” os quais não podem ser transferidos para o custeio do nosso hospital.

 

Campus Glória

 

C: Nos últimos anos a UFU tem lidado com uma delicada questão, a ocupação de parte do terreno da universidade no Campus Glória. Hoje, mais de duas mil famílias encontram- se instaladas no território e a UFU enfrenta uma forte pressão judicial, chegando o Ministério Público Federal (MPF) a ter bloqueado os bens dos atuais reitor e vice-reitor e também do ex-reitor por entender que houve omissão da administração da universidade no caso e improbidade administrativa no processo de “troca” de terrenos entre a UFU e o município de Uberlândia. Caso seja eleita, como a chapa pretende agir para solucionar essa questão?

 

VS: A Chapa iNovaUFU entende que deve se buscar uma saída negociada entre os vários agentes envolvidos na ocupação de parte do terreno do Campus Glória para viabilizar soluções que protejam a vida da população daquele espaço. No atual estágio deve-se também buscar e intensificar parcerias com diversos órgãos municipais, regionais e federais, para melhorar as condições de habitabilidade dos moradores deste bairro, denominado inicialmente de Prof. Elisson Prieto.

 

Campi avançados

 

C: Os campi avançados da UFU (Monte Carmelo, Patos de Minas e Ituiutaba) vêm sofrendo com infraestrutura precária. Os alunos reclamam de questões como falta de pavimentação e más condições ou ausência de laboratórios, por exemplo. Diante das reivindicações, que foram expostas fortemente durante ocupação estudantil da Reitoria em junho, a chapa traz planos para melhorar a situação desses campi a longo e curto prazo?

 

VS: A Universidade Federal de Uberlândia é uma instituição constituída por sete campi, caracterizando sua significativa inserção regional. Diante disso, as principais ações propostas pela chapa iNovaUFU são: 1 Criar um Conselho Gestor para cada campus, composto por representantes de servidores docentes e técnico-administrativos e de discentes eleitos entre seus pares, que se constitua em um canal direto de diálogo com a Administração Superior, como garantia da autonomia, da transparência, da execução e da legitimidade das ações propostas para a melhoria das condições de trabalho, como aquelas para a consolidação, expansão e crescimento sustentáveis dos campi; 2 Designar um responsável em cada campi para articular as ações das Pró-Reitorias, Prefeitura, CTI, demais órgãos administrativos e acadêmicos e agilizar o atendimento às diversas demandas; 3 Propor ações para obtenção de novas fontes de financiamento para apoiar os cursos existentes e para aumentar o número de cursos ofertados nos campi, com a adequada contrapartida em termos de contratação de pessoal; 4 Melhorar os indicadores de qualidade, de desempenho e na infraestrutura de laboratórios, salas de professores, salas de aula, acessibilidade e mobilidade interna e externa, espaços de lazer e esporte; 5 Construir Restaurantes Universitários de caráter permanente, bibliotecas e demais estruturas administrativas e acadêmicas nos campi Pontal, Patos de Minas e Monte Carmelo.

 

Eventos culturais nos campi

 

C: Os eventos culturais na UFU, tais como a Calourada e demais festas e/ou apresentações artísticas que ocorriam nos Centros de Convivência (CC), vêm sendo reprimidos há mais de um ano devido às ações judiciais do Ministério Público Federal (MPF). Os principais motivos do MPF para a proibição dos eventos têm relação com a falta de fiscalização da Universidade no que concerne à venda e consumo de bebidas alcoólicas, além do controle de emissão sonora. Diante desse cenário, como pretende atender às reivindicações dos estudantes por espaços culturais frequentes no âmbito universitário e ao mesmo tempo solucionar as regras colocadas pelo MPF?

 

VS: A chapa iNovaUFU pretende atualizar, com participação direta dos estudantes de todos os campi, a resolução que trata da realização de eventos culturais nos diversos espaços da UFU. É importante que se atualize a resolução para aprimorar a organização das festas, envolvendo número de participantes, segurança, sanitários químicos, entre outros, respeitados a vizinhança no entorno da UFU, os pacientes do Hospital de Clínicas no caso do campus Umuarama, entre outras particularidades.

Agência Conexões
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