02 nov Fake News, falta de empatia e a volta de doenças já erradicadas
A vacina modifica o DNA? Vacina causa autismo? Vacina é um método de transmissão de HIV? Vacinar meu filho pode trazer mais riscos à saúde?
Essas são perguntas que hoje perturbam grande parte da população brasileira.
Isso porque a grande circulação de notícias falsas impactaram muito nas coberturas vacinais. Essas notícias argumentam que as vacinas podem trazer outros problemas de saúde e desrespeitam ordens religiosas e de livre arbítrio, resultando num cenário que propaga medo entre a população.
A propagação desenfreada de notícias falsas deve-se muito ao fato de que as pessoas sentem a necessidade de rapidez e facilidade na obtenção de notícias. A quantidade e a maneira efêmera parecem mais simples quando contrapostas a conteúdos mais densos e com verificação de veracidade das informações. É nesse sentido que correntes de notícias se espalham pelas redes sociais, veiculando conteúdo rápido e fácil e que, muitas vezes, são mentirosos e deturpam os âmbitos sociais, como no caso da saúde.
De acordo com dados do DataSUS, a cobertura vacinal caiu de 95% em 2015 para 40% em 2022. Em um intervalo de apenas 7 anos, tivemos uma queda de 55%, que demonstra o crescimento de um movimento antivacina nacional. Essa narrativa deturpou o real risco de doenças já erradicadas e convenceu pais e responsáveis a não vacinarem seus filhos. A não imunização já causou danos à saúde brasileira, doenças antes erradicadas voltaram a aparecer.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não possui mais a certificação de eliminação do vírus do sarampo, já que em 2018 registrou mais 10 mil casos da doença no território. Para além dessa enfermidade, o país corre o risco de ressurgimento de outras como a poliomielite e a rubéola que possuem uma baixa cobertura vacinal em todas as regiões brasileiras.
O motivo da baixa na cobertura vacinal pode ser explicado no compartilhamento desenfreado de fake news sobre o assunto, como analisa a infectologista e diretora do Comitê de Imunização da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) em entrevista para o site da Uol, mas também demonstra uma falta de empatia. Cada um e cada uma que repassa informações que não possuem comprovações científicas e que podem interferir em toda uma estrutura pública, assolando a população com doenças que alguns indivíduos sequer conhecem porque jamais conviveram ou foram infectados, também é responsável por essas infecções.
A ciência desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da vacina contra a poliomielite e outras doenças. Antes da vacina, a poliomielite (ou paralisia infantil) se espalhava pelo território como um surto em 1911, porém as atividades de imunização em massa foram iniciadas apenas em 1961. Em 1989, o Brasil registrou o último caso de polio. Desde 1994 a doença foi considerada erradicada, o que demonstra a importância da vacina como inibidora.
A ciência comprova a eficácia das vacinas no combate à doenças. Vacinar-se, além de um cuidado pessoal, é um ato de empatia!
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