06 jun Políticas públicas de igualdade racial é tema de curso em Uberlândia
Mesa redonda e apresentação artística compuseram a cerimônia de abertura da capacitação promovida pela Prefeitura
Na noite de sexta-feira (3), para oficializar o início do curso e dar boas-vindas aos cursistas, a Superintendência de Igualdade Racial (Supir) juntamente com a Secretaria Municipal de Governo e a Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), realizaram uma cerimônia de abertura no Bloco 5S do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia. O evento contou com uma mesa institucional formada por representantes de órgãos municipais preocupados com o enfrentamento ao racismo e a preservação da cultura e identidade da comunidade negra, indígena e demais etnias. Também houve uma mesa redonda, na qual a Superintedente de Igualdade Racial, Antonia Aparecida Rosa e os professores Benjamin Xavier e Pedro Barbosa discutiram as lutas, conquistas e desafios acerca das políticas que buscam promover a igualdade racial. Os participantes e convidados também puderam assistir a apresentação de dança “Afrovivências” do grupo Dançarte.
Rosa Margarida de Carvalho, coordenadora pedagógica do curso e cerimonialista do evento comentou a importância de se ter uma mesa de abertura tão plural. “Agradecemos a mesa institucional que foi composta de uma forma tão bonita e diversificada. O que precisamos efetivamente é sermos representados da forma que estamos aqui: homens e mulheres, negros e brancos e com uma só proposta: a promoção da igualdade racial”, disse. Rosa Margarida explicou que o curso, gestado desde 2007, possui seis palestrantes e alguns colaboradores da Secretaria Estadual de Educação e da Secretaria dos Direitos Humanos de Belo Horizonte, além de professores doutores da UFU. “Ao longo do curso teremos momentos de formação de oito horas. Vamos ter palestras, oficinas, minicursos, rodas de conversa e relatos de experiências”, conta.
Membros do grupo “Dançarte” apresentaram coreografia “Afrovivências”. (Foto: Laura Fernandes/Agência Conexões)
A coordenadora pedagógica conversou com a Conexões a respeito da importância de ações afirmativas que incentivem as igualdades entre os cidadãos, e ressaltou o receio de possíveis mudanças com o atual governo. “Desejamos que elas [políticas] continuem, mas estamos muito temerosos em relação ao retrocesso político que está acontecendo no Brasil. Temos um governo interino que não quer um diálogo com os movimentos sociais. As políticas de promoção da igualdade racial, que estavam bem colocadas no governo anterior, agora não são prioridade no governo Temer. Mas nós continuamos na luta, e como diz o dito popular: a nossa voz se torna a voz do povo”, comenta.
Cleidomar Gama é professora de história e uma das cursistas. Para ela, além de trazer mais conhecimentos a respeito das leis, o curso irá auxiliar na prática em sala de aula no momento de lidar com os alunos em relação ao combate do preconceito. “Espero que traga boas experiências para aplicar na escola. Nós observamos muito os alunos e o relacionamento entre eles para interferir quando precisa, aconselhar e tentar conscientizá-los sobre questões como a igualdade racial”, explica.
Daniel Melo trabalha com gestão de políticas públicas em Uberlândia e também se inscreveu no curso. Ele estuda as políticas de prevenção à criminalidade e afirma que existe uma carência de políticas públicas que enfoquem principalmente nos homicídios de jovens negros e de regiões periféricas. “Até a Superintendência de Igualdade Racial é um órgão novo na cidade, então são políticas muito recentes. Toda prática que venha a agregar é muito bem-vinda, porque só assim se consegue mais espaço e legitimidade nessas lutas”, esclarece Daniel
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