04 abr Projetos tentam trazer de volta o apreço pelos livros
No mês em que se comemora o dia internacional do livro, é possível destacar algumas ações voltadas à leitura na cidade de Uberlândia. Dentre essas, existem as que se mostram consolidadas e bem aceitas pela população; porém, também existem outras que vão por um caminho inverso, apresentando dificuldades para se manter.
No bairro Roosevelt está situada a Biblioteca Sesi Indústria do Conhecimento, criada em 2009 através de um convênio firmado entre o Sesi/MG e a Prefeitura de Uberlândia. Segundo Maria Abadia de Araújo, coordenadora do local, o acervo já conta com mais de cinco mil livros. Com a inauguração, foi recebida uma doação de aproximadamente 400 gibis, que estão até hoje na Gibiteca, situada dentro da biblioteca. “A princípio os livros e gibis eram só pra leitura aqui no local, mas agora já deixamos levar pra casa depois de fazer uma ficha”, explica.
A coordenadora afirma que, com a popularidade da internet, houve redução significativa da procura pela biblioteca. Com isso, são feitas outras ações para atrair o público, como rodas de leitura e contação de histórias. Maria Abadia explica que essas atividades são agendadas previamente com as escolas do município, mas não estão sendo realizadas com frequência. “As crianças gostam muito das oficinas. Às vezes no outro dia você vê a criança querendo reler o livro. Mas a gente busca parcerias para oferecer essas atividades e isso não tem sido muito fácil”, relata.
SITUAÇÃO INVERSA
Outro projeto realizado na cidade é o “Leitura no Ponto” que possui estantes em algumas estações de ônibus de Uberlândia e, mais recentemente, no Terminal Planalto disponibilizando livros gratuitos para os usuários do transporte urbano.
A idealizadora do projeto e integrante do Núcleo de Linguagens do Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais Julieta Diniz (Cemepe), Elaine Corsi, explica que esse movimento já existia em várias capitais do país. “Nós formatamos a ideia para Uberlândia, colocando nas estantes abertas dentro das estações. Só trabalhamos com doações, então nosso trabalho é intermediar essa troca com a população”.
Diferente do que acontece na Biblioteca do Sesi, Elaine afirma que o “Leitura no Ponto” tem funcionado e já disponibilizou aproximadamente 17 mil livros para a população, com reposições semanais. Entretanto, ela ainda não tem perspectiva de realizar outro projeto paralelamente e justifica dizendo que, como trabalham com doações, é preciso ver se há “fôlego” para ampliar ou começar outras ações.
A Conexões conversou com duas cobradoras nas estações três e cinco do corredor de ônibus da Avenida João Naves, onde existem estantes do projeto. Elas afirmaram que, às vezes, veem os organizadores repondo os livros, mas é a população quem mais coloca. Além disso, ambas já pegaram livros ali, porém elas contam que é difícil achar muitos livros nas estantes, pois a população pega logo quando é colocado algo novo.
Apesar disso, há quem não conheça essas iniciativas presentes no município. O estudante Vinicius Prando diz que nunca tinha ouvido falar sobre os projetos. “Como não ando muito de ônibus, nunca peguei livros nesse ‘Leitura no Ponto’. Acho que existe pouca divulgação sobre ações que incentivam a leitura na cidade”. Vinicius ainda afirma que, apesar de preferir comprar os livros, já participou de alguns projetos em outras cidades, mas nunca em Uberlândia.
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