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Pronatec precisa de cuidados

ARTIGO DE OPINIÃO – O governo Federal precisou de jogo de cintura para fazer jus a seu lema “Pátria Educadora” ao planejar o orçamento de 2016. Pela necessidade de corte de gastos, programas de peso voltados à educação foram reduzidos. O Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – por exemplo, conta com menos investimentos que o previsto para sua segunda etapa, que vai até 2018. Dos R$12 milhões prometidos, serão investidos R$6,3 milhões. Ainda assim, o número de matrículas cresceu: em 2015, foram 1,3 milhões e, esse ano, são mais de 2 milhões, de acordo com o Mec.

 

O ensino técnico vem se mostrando uma boa alternativa para muitos brasileiros, especialmente com o incentivo que o Pronatec proporciona: os cursos são oferecidos gratuitamente. Além de curtos – se comparados aos de graduação – com duração média de três anos, alguns não exigem ensino médio e outros podem ser cursados de maneira integrada a ele. Assim, a formação técnica é uma saída para quem precisa começar a trabalhar e não tem condições de fazer um graduação ou sequer terminar a educação básica. Ou para quem já trabalha, mas quer ter uma formação e crescer no emprego, conseguindo um salário melhor.

 

Uma pesquisa feita pelo Senai mostra que 72% dos alunos que concluíram um curso técnico, na própria instituição, em 2013, conseguiram emprego em 2014. O mercado parece realmente absorver esses profissionais, apesar de ainda serem pouco valorizados no Brasil. Cargos de técnicos, às vezes, são vistos como inferiores em relação aos que exigem candidatos graduados e isso resulta também em diferenças no salário. Por outro lado, para algumas vagas no mercado é dispensável uma graduação que tem como característica se preocupar com questões amplas e discussões teóricas. Em alguns locais, a necessidade é de profissionais que saibam lidar com a técnica de demandas específicas e que coloquem isso em prática.

 

O ensino superior vem sendo democratizado no Brasil, através de programas como o Prouni, Fies e de cotas para determinados grupos em Universidades Federais. Apesar disso, o número de brasileiros que não fizeram e não veem chance de fazer uma graduação é grande. Por isso, o Pronatec é importante e precisa ser cuidadosamente mantido. É preciso ter atenção para que ele não seja um “tapa buracos” da falta de oportunidade em uma faculdade, para que preze pela qualidade e, principalmente, funcione, de fato, como um diferencial na busca pelo emprego.

 

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