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Uberlândia permanece sem SAMU um ano após concurso

O Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) é usado em casos de urgência e emergência nas residências, locais de trabalho e vias públicas. O atendimento está presente em 930 dos 5.570 municípios brasileiros. Na cidade de Uberlândia, a segunda maior do estado de Minas Gerais, com aproximadamente 680 mil habitantes, o serviço ainda é uma realidade desconhecida para os moradores da localidade e da região.

 

Após mais de um ano do treinamento dos aprovados no concurso público do SAMU, o início das atividades ainda não tem data prevista. Foto: Arquivo CISTRI.

 

Proposta de campanha do ex-prefeito Gilmar Machado, a implementação do SAMU regional teria como base principal a cidade de Uberlândia e abrangeria outros 27 municípios da região. Em 2015, tais  cidades se uniram e fundaram o Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo Norte (CISTRI). De acordo com responsáveis administrativos pelo consórcio, os municípios integrantes repassam mensalmente uma verba para o custeio das atividades. Em 2017, ainda não houve o repasse do recurso por parte da prefeitura uberlandense. Ao serem indagados, pela Conexões, sobre uma possível saída da cidade do consórcio,  responsáveis pelo CISTRI disseram não ter tido nenhum pronunciamento formal da prefeitura.

 

Os responsáveis pelo CISTRI informam que a previsão de início das atividades do Samu em Uberlândia e região é para o segundo semestre de 2017. Entretanto, afirmam que o estado é quem ainda precisa assinar o custeio de funcionamento e definir a data do início das atividades. “Recebemos 31 ambulâncias por doação do estado, estas estão guardadas e os medicamentos com prazo de vencimento próximo estão sendo doados para os municípios da região. Os concursados, por sua vez, tomarão posse após o início das atividades”, afirmam os responsáveis pelo Cistri.  

 

Na visão da tenente Shirley Carvalho, responsável pelo setor de relações públicas do Quinto Batalhão de Bombeiros Militares, a parceria com o SAMU auxiliaria os serviços do corpo de bombeiros na cidade. “Se o SAMU fosse implementado, seria muito benéfico para os profissionais do setor e para a população, já que, atualmente, estamos sobrecarregados e não conseguimos atender toda a demanda do município. Além das demandas específicas do corpo de bombeiros, como resgates e incêndios, precisamos atuar também nos atendimentos clínicos, o que, na teoria, seria papel do SAMU”, esclarece a tenente.

 

 

Concurso

 

Em fevereiro de 2016 foi realizado concurso para preenchimento de 505 vagas para o SAMU, sendo 211 específicas para atendimento ao município de Uberlândia. Desde a aplicação das provas, divulgação dos resultados e treinamento dos aprovados no concurso público para os cargos de condutor socorrista, técnico em enfermagem, enfermeiro, médico, psicólogo, farmacêutico, auxiliar de farmácia e auxiliar administrativo, já se passou mais de um ano. O início das atividades que, inicialmente estava previsto para o segundo semestre de 2016, se arrasta até hoje.

 

Luana Lopes, que prestou o concurso para a área de técnico em enfermagem, diz não ter esperanças de assumir o cargo. “Houve rumores de que Uberlândia talvez ficasse fora do CISTRI e, se isso realmente acontecer, inúmeras pessoas serão prejudicadas. Tanto a população em geral, que ficará sem os serviços do SAMU, quanto os concursados, já que muitos pediram desligamento das empresas em que trabalhavam na época em que fizemos o treinamento. Nos foi prometido que o SAMU iniciaria as atividades em julho do ano passado” relata Luana.

 

 

* A reportagem tentou contato via telefone, e-mail e presencialmente com a Prefeitura de Uberlândia que, até a data do fechamento da matéria, não respondeu ou emitiu nota sobre o assunto.

 

Agência Conexões
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