
25 out Uma vida de conquistas
Joicilene Batista foi a primeira graduada com deficiência auditiva da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) | Foto: Freepik
Graduada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa, Joiciene Batista, 25 anos, foi a primeira estudante surda a se formar pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A estudante ingressou no curso em 2012, pelo antigo Programa de Ação Afirmativa de Ingresso no Ensino Superior (PAAES), depois de concluir o ensino médio.
Joiciene, que é natural de Palmeira de Goiás (GO) e mora em Araguari (MG), conta que sempre estudou em escola pública. Todavia, teve algumas dificuldades, pois a escola onde estudava não tinha intérprete e ela precisava contar com a ajuda dos colegas. Foi apenas na 7ª série que a jovem estudante conseguiu uma intérprete de libras. A partir desse momento, ela pôde melhor desenvolver seu aprendizado.
Os amigos de sua turma também passaram a se comunicar em libras, por incentivo da sua intérprete, Letícia Leite. Joiciene têm muitos amigos surdos com quem tem boas conversas, eles e sua família sempre a apoiaram e incentivaram para que pudesse ingressar na universidade. Junto com o apoio, ela também se esforçou muito para conquistar a vaga no curso de Letras.
Joiciene escolheu o curso porque poderia ajudar os outros deficientes auditivos a aprenderem e desenvolverem mais a segunda língua: o português, que vai além da língua brasileira de sinais (libras). Quando ingressou na universidade, ficou surpresa, porque era totalmente diferente do que aprendia na escola. Segundo ela, os conteúdos são muito mais complexos. Como cursou licenciatura, aprendeu muito sobre a área de educação.
Ao entrar no curso, Joiciene era a única aluna com deficiência auditiva, e os colegas de turma e professores ficaram surpresos com sua determinação. Além de ser surda, ela vinha e voltava de ônibus todos os dias de Araguari, há quase 40 km de distância de Uberlândia.. Os amigos e docentes tiveram de aprender a forma como ela se comunica, e entender como a jovem se expressa e escreve.
A universidade deu suporte com intérprete de libras, que a ajudou muito e, por coincidência, Letícia Leite continuou a acompanhá-la depois de um concurso na Universidade. Na faculdade ainda, Joiciene foi monitora do curso de libras pelo Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (CEPAE), onde foi muito feliz. Atualmente Joiciene trabalha em uma multinacional e no futuro pretende cursar mestrado na área de linguística.
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