17 jul UNAI, a Universidade que contempla quem já fez muito pela sociedade
“Eu faço parte da UNAI (Universidade Amiga do Idoso) desde o primeiro ano. Fiquei viúva há cinco anos e foi neste momento que vim para cá. Ele [o projeto] me faz sentir muito bem, eu passei a participar de atividades que eu não fazia antes, pois só ficava em casa. Hoje eu participo da horta, do artesanato, da ginástica e alongamento. Nos transformamos em uma família.”, conta Ercioni Lima Barbosa, de 79 anos.
O depoimento que você leu acima só é possível graças à ação de extensão da Universidade Federal de Uberlândia. Como já explicamos, esse nome é dado a toda ação desenvolvida pelas universidades junto à sociedade, levando os conhecimentos desenvolvidos no ensino e na pesquisa para fora dos muros. Conforme nos contou, o pró-reitor de Extensão da UFU: “a extensão se assenta em dois pilares: a formação do estudante articulado a uma dimensão sócio referencial, ou seja, esse estudante se articulando com os diferentes espaços sociais”.
Dando sequência à série “A UFU no cotidiano de Uberlândia”, a Conexões apresenta hoje a você o projeto Universidade Amiga do Idoso (UNAI). Um projeto de intervenção na vida do idoso que tem a missão de desenvolver a qualidade de vida, autonomia, respeito, à promoção da atividade física e da saúde entre a população idosa.
A UNAI nasce com uma proposta multidisciplinar de intervenção, promoção de saúde e pesquisa voltada ao campo do envelhecimento humano. O Projeto é coordenado pela professora da Faculdade de Medicina, Karina do Valle Marques, que nos contou que são selecionados no início de cada ano 100 idosos para participarem de um conjunto de atividades, formando uma turma única, que passa por várias oficinas de formação, como fundamentos de gerontologia, informática, dança, artesanato, horta comunitária e farmacinha sênior, entre outras. Ao final o participante recebe um certificado de 360 horas de participação.
Para isso, a UNAI funciona em parceria com a Faculdade de Medicina, Escola Técnica de Saúde, Curso de Dança, Curso de Ciência da Computação, Sistema de Informação e o Curso de Fisioterapia, através de alunos bolsistas de extensão financiados pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEX) que acompanham o projeto em suas respectivas áreas.
Segundo Laísse Karine, aluna do curso de Gestão em Saúde Ambiental que atua como estagiária na UNAI, ela se interessou no projeto, justamente pelo fato de trabalhar com idosos. Ela conta que o ambiente é muito acolhedor e os idosos dão muito valor às coisas que fazem. “Eles plantam, cuidam e colhem as hortaliças e verduras. Acho muito legal o empenho dos idosos, por ser algo para cuidar da saúde deles”, revela.
A extensão é um dos modos da universidade devolver para a sociedade um pouco do investimento que é feito na formação desses profissionais. Alderi Lopes Rabelo, participante do projeto, nos conta que também estava cansada de ficar em casa e, assim que se aposentou, conheceu o projeto e passou a participar: “As aulas são maravilhosas e estou amando de paixão estar na horta. Não sei o que seria de mim se o projeto deixasse de existir. Eu sou a primeira que chega e fiz muitos amigos aqui”, afirma.
O bloqueio de 30% sobre as despesas discricionárias, anunciado pelo Ministério da Educação no último dia 30 de abril, pode afetar diretamente os projetos de extensão da UFU. “A extensão, nesta e em todas as universidades brasileiras, tem funcionado fortemente com os recursos discricionários”, explica o Pró-reitor de Extensão, Helder Silveira.
De acordo com Silveira, um projeto dessa envergadura é prejudicado à medida em que não se tem mais recursos necessários para manter o transporte e as bolsas de extensão. “Porque o transporte desse idosos entre os campi da universidade, o transporte dessas pessoas para desenvolver essas atividades, faz parte do conjunto financiado pela pró-reitoria, e isso fica prejudicado”, conta.
Segundo Ribeiro, “se cortarem as bolsas, o nosso projeto acaba, porque eu tenho que cumprir minhas atividades como docente e não tem como dar esta manutenção”, revela. A coordenadora afirma, ainda, que após o final do primeiro ano, os idosos podem dar continuidade e participar do projeto pelo tempo que quiserem. Hoje, o projeto beneficia cerca de 180 pessoas.
Conheça mais sobre o projeto no vídeo elaborado pela Conexões:
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