07 ago Você conhece o “Tinder” dos livros?
O “Tinder dos livros” foi idealizado para criar pontes entre pessoas negras que precisam de livros e não têm condição de comprar e pessoas que poderiam contribuir para a formação deles. Winnie Bueno, mulher negra, pesquisadora e idealizadora do projeto conta que ele foi criado em novembro de 2018, a partir de inquietações pessoais com algumas postagens que viu em redes sociais. “Várias pessoas brancas progressistas estavam falando sobre o dia da consciência negra e colocando a importância de ser anti racista, mas sem uma atuação prática nesse sentido. Aí eu sugeri que, ao invés das pessoas estarem twittando sobre o tanto que elas são maravilhosas, incríveis e reconhecem seus privilégios, que elas doassem para pessoas negras que precisam de livros acadêmicos e não têm como comprar. E aí as pessoas engajaram nisso”.
A ponte é construída no próprio perfil de Bueno, no Twitter. Ela recebe o pedido de pessoas negras, com o título da obra desejado e o endereço para entrega e, em seguida, encaminha os dados para aqueles que estão disposto a doar. “Rapidamente se transformou em uma super rede, que até o momento já distribuiu mais de 500 livros”, conta.
Bueno avalia que o projeto tem sido muito efetivo por proporcionar o compartilhamento de conhecimentos. Ela conta que pessoas já receberam livros internacionais, que só puderam ter acesso porque alguém que morava fora do Brasil se dispôs a doar. E casos de pessoas que receberam livros mais caros, o que torna ainda mais difícil o acesso. Livros esses que irão fazer total diferença no processo de aprendizado dessas pessoas e foram possibilitadas através do projeto.
A experiência também tem sido positiva para a idealizadora que, nessa ponte, acaba por conhecer autores e intelectuais negras aos quais ela não tinha acesso. Sobre idéias futuras, Bueno compartilha seus planos: “A idéia é de, em algum momento, fazer uma aplicativo, mas ao mesmo tempo eu acho que o que dá certo é o contato entre as pessoas. Acho que esse afeto é que faz o projeto girar”.
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